E-readers e tablets, até agora considerados produtos de nicho para aficionados de tecnologia, estão prestes a se tornar muito populares e bem-sucedidos, de acordo com uma pesquisa realizada pelo The Boston Consulting Group com quase 13 mil consumidores em 14 países, incluindo China, Índia, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.
Dentro de um ano, 28% de todos os entrevistados – e 51% dos que estão familiarizados com os dispositivos – planejam adquirir um e-reader ou tablet. E, em três anos, 49% dos entrevistados – e 73% dos já familiarizados – planejam uma compra.
Se isso ocorrer, os e-readers e tablets terão se estabelecido como produtos de consumo, da mesma forma que televisores, computadores pessoais e telefones móveis como BlackBerry e iPhone. Eles podem até mesmo trazer novas esperanças para a indústria editorial, que luta para gerar resultados com conteúdo on-line.
“A pesquisa sugere que os e-readers e tablets não são apenas produtos de nicho para fãs de tecnologia, mas podem vir a ser os MP3 players desta década. As vovós logo estarão carregando os seus”, diz John Rose, líder global da divisão de Mídia do BCG.
Os e-readers, forma abreviada de “electronic book readers” (leitores de livros eletrônicos), já existem há alguns anos, mas ganharam massa crítica no final de 2007, quando a Amazon lançou o Kindle. Em março, a Apple contra-atacou com o tablet iPad, capaz de executar diversas tarefas além de ler, tais como navegar na web, assistir a vídeos, compartilhar fotos, enviar e receber e-mails.
Os consumidores, claramente, querem fazer muito mais que ler com esses dispositivos, segundo a pesquisa. Dos entrevistados, 66% gostariam de adquirir um dispositivo multifuncional, enquanto 24% preferem um dispositivo de função específica, como é o caso do Kindle. O restante ficou indeciso.
Contudo, a aceitação em massa dos e-readers e tablets ainda não está garantida, a não ser que os preços caiam substancialmente. Nos Estados Unidos, os consumidores só estão dispostos a pagar até US$ 200 por um dispositivo multifuncional, bem abaixo do preço inicial do iPad, US$ 499.
Os consumidores também expressaram um grande desejo de liberdade de escolha na hora de adquirir conteúdo, em vez de estar presos a uma fonte única, como a loja iTunes. Mais de 80% dos consumidores interessados em adquirir um e-reader ou tablet disseram que comprariam mais conteúdo, se houvesse mais lojas disponíveis.
“A pesquisa sugere que a estratégia da Apple de oferecer um alto grau de funcionalidade faz sentido”, diz Dominic Field, líder da divisão de Mídia do BCG nos EUA. “Porém, os resultados também questionam a preferência da Apple por um sistema fechado.”
A pesquisa reserva boas notícias para os provedores de conteúdo. Eles têm visto os e-readers e tablets como novas fontes potenciais de receita para compensá-los pela perda de negócios em produtos tradicionais. Nos Estados Unidos, os consumidores estão dispostos a pagar de US$ 2 a US$ 4 por uma única edição de uma revista on-line, comparável ao custo da versão impressa, e US$ 5 a US$ 10 pela assinatura mensal de um jornal on-line. Embora isso seja menos que o preço de uma assinatura impressa, a versão digital tem menor custo de produção. Os consumidores estão dispostos a pagar apenas entre US$ 5 e US$ 10 por livros digitais, portanto, abaixo do preço pretendido pelos editores.
O levantamento descobriu que mais de 90% dos interessados em comprar um e-reader nos próximos três anos usariam o dispositivo para ler livros eletrônicos, e mais de 80% usariam para ler versões on-line de revistas e jornais.
A pesquisa foi conduzida via web em março. Um total de 12.717 pessoas participaram, em 14 países: Alemanha, Austrália, Áustria, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Índia, Itália, Japão, Noruega e Reino Unido. Havia pelo menos 950 participantes em cada país, exceto na Áustria (697), China (813), Finlândia (696) e Noruega (697). As pessoas foram divididas igualmente entre homens e mulheres. Vieram de todas as partes de cada país, exceto da Austrália, China, Índia e Coreia do Sul, onde estavam mais concentradas nas regiões metropolitanas. Todos os participantes eram usuários da web e leitores de livros, revistas ou jornais impressos.
Sobre o The Boston Consulting Group (BCG)
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Fonte: RP1